Um vírus.
Um vírus é capaz de mostrar a fragilidade humana e a fragilidade das instituições que têm como principal papel gerir recursos e proteger a população que as mantêm através de voto e impostos.
O Corona vírus no Brasil tem tido um efeito devastador, mesmo este tendo tido tempo para observar o comportamento do vírus à medida que avançava pelo mundo, bem como observar as práticas internacionais de achatamento da curva de contágio para não sobrecarregar sistemas de saúde, privado ou publico.
No Brasil, o movimento de ignorância generalizada diante do efeito viral e seus trágicos rastros nos causam indignação.
Sem capacidade de testagem, sem aquisição de respiradores e leitos de UTIs, sem equipe médica e EPIs minimamente necessários, sem apoio financeiro à população carente que enfrenta o duro e necessário distanciamento social, a humilhação dessas mesmas pessoas em filas, deixando-as expostas a riscos sem apoio ou contrapartida do Governo Federal, sem regras e decretos federais de isolamento social, sem fiscalização, monitoramento e multas, sem distribuição de itens básicos de limpeza e higiene, como álcool em gel, sabão e máscaras, o Brasil agoniza de dor e perde seus filhos da terra, enquanto um movimento protofacistóide neoliberal de uma classe de empresários traídos - e que ainda não se deram conta disso - agem de forma negacionista, defendendo o fim do isolamento social em prol de vantagens em decisões do Governo (mascarada de preocupação com a economia), agressão a veículos de imprensa, agressão a profissionais de saúde, envolvidos numa luta de inimigos existentes apenas na cabeça dessas pessoas. Gente claramente descontrolada que não cuida da saúde mental nem de seus demônios nas suas igrejas evangélicas, chama a população mais vulnerável para dançar na beira do abismo, desconsiderando toda a orientação das instituições mundiais de saúde.
Sabemos que parte da população não pode parar, mas o movimento das ruas mostra o crescente número de gente que abre seus comércios não essenciais, de gente que está na rua enquanto poderia estar em casa, entre vários outros tipos de desrespeitos que condenam o Brasil a 2 destinos trágicos durante este período: 1 - Condena o país a tempo indeterminado de isolamento social; 2 - A velocidade significativa da curva de contagio e de mortos, onde despontamos a ser o pior do mundo, sendo este segundo destino trágico o mais doloroso, intensamente noticiado. Mais de 110 mil casos, mais de 8 mil mortos e uma enxurrada de números frios que gera um efeito contrário ao luto de uma nação que perde em média 400 brasileiros a cada 24 horas para a COVID-19 e casos subnotificados de síndrome respiratória aguda grave. Pessoas que morrem com sensação de afogamento no seco, sozinho, isolado, sem a companhia da família em hospitais lotados. Gente que morre em casa por falta de atendimento devido a ausência de leitos públicos e privados, gente que se expõe a riscos, graças a ideologia fascista barata que governa o país e só troca poder pelo poder, traduzidos na figura do excelentíssimo presidente e sua trupe.
Então, em tempos de pandemia, o que causa mais dano? O verme ou o vírus?
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